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domingo, 6 de novembro de 2011

Eu era tão bruta, tão sólida e imbatível.

Ventou tanto, choveu tanto, que fui me lapidando.
De uma forma estranha, tomei forma de triste.
Tomei forma de dor, de angústia e de sonho.



Sonho distante de aplauso
Sonho distante de bilheteria
Sonho distante de admiração e sorriso.
Sonho distante de olhar de mãe, de pai.



Distante como astros, altos como céu,
Guardamos os sonhos em caixinhas trancadas.
Juntamos eles à nossas angústias e dores.
Dores de antepassados, de fatos, de terras deixadas para trás.



Não sei se isso deixa a gente forte, não sei se nos deixa anestesiado,
Sei que a vida tem dessas coisas, de fazer a gente improvisar na cena certa de nossa história.
Sei também que ao mesmo tempo que me lapidam, minha alma fica intacta pois sente tudo o que se passa continua como quando foi criada....


Mouni Celina.