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domingo, 6 de novembro de 2011

Eu era tão bruta, tão sólida e imbatível.

Ventou tanto, choveu tanto, que fui me lapidando.
De uma forma estranha, tomei forma de triste.
Tomei forma de dor, de angústia e de sonho.



Sonho distante de aplauso
Sonho distante de bilheteria
Sonho distante de admiração e sorriso.
Sonho distante de olhar de mãe, de pai.



Distante como astros, altos como céu,
Guardamos os sonhos em caixinhas trancadas.
Juntamos eles à nossas angústias e dores.
Dores de antepassados, de fatos, de terras deixadas para trás.



Não sei se isso deixa a gente forte, não sei se nos deixa anestesiado,
Sei que a vida tem dessas coisas, de fazer a gente improvisar na cena certa de nossa história.
Sei também que ao mesmo tempo que me lapidam, minha alma fica intacta pois sente tudo o que se passa continua como quando foi criada....


Mouni Celina.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011




Vejo vidas, cores e fases movimentando-se, em que não posso me mexer, nem mudar. Fico presa ao papel de observadora e imóvel fruto de algo que me prende e me impede de entrar no novo, no movimento e nos questionamentos que são justificativas para mudanças, viagens e pontos de vistas. Planejamentos adiados e escritos no calor do momento, sonhos que ficam apenas no mundo deles e não fazem a passagem para o real. Algumas vidas são dadas a demagogia. É o universo brincando com a gente, nos pondo como marionetes, só que algumas não fazem o menor movimento. Andamos sem sair do lugar, dançamos e rapidamente, como uma “droga mesmo”, voltamos ao passo, o efeito passa e retornamos ao mundo real, ou que achamos que é o real. Este é inventado. De acordo com esta lógica, então, tudo se reinventa.



Prendemos-nos a medos, contratempos, justificativos e preguiças que me impedem de ir junto a vida, de vivê-la. Aí vemo-nos no papel de observadores, só não podemos deixar de analisar e perceber que temos que atuar no teatro da vida, entrar em cena e não sermos espectadores das nossas próprias vidas, já que o somos o personagem principal de nosso roteiro.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Tem dia que não me sinto digna de escrever uma só letra.Então, como fazem os bons admiradores, repasso aquilo que acho que deve ser repassado ao povo , para melhor absorção de arte, maior valorização do artista, do escritor...lá vai:





"Sertão é o sozinho. Sertão é dentro da gente." Guimarães Rosa. Perto dele, todos somos analfabetos, meros repetidores de idéias e clones de pensamentos...


sexta-feira, 19 de agosto de 2011





Hoje quando acordei pela manhã, pensei em um verso pronto, talvez bonito e metrificado. Pensei em escrevê-lo rapidamente, para não perdê-lo de mim. Não o fiz e agora, como tantas vezes, esqueci o que queria dizer, expressar, desabafar ou mostrar. São denúncias do que não anda dando certo em mim, ou são apenas expressões no palavreado do que anda acontecendo nessa coisa borbulhada que se chama vida. Se a gente não escreve, canta, proseia, faz poesia ou dança, a gente perde nossa essência. Perdemos sim. Perdemos em ruas que atravessamos correndo por estarmos com pressa, em flores de praças e parques que deixamos de cheirar, na música em que não ouvimos, no lugar que não fomos, no luar que não vimos;ou no beijo que não damos nos pais de bom dia, pois acordamos sempre atrasados, pois é, nos damos conta disso tudo quando já é tarde mesmo.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Bela época?

Nada de galanteios, nem brilho, nem dor.
Nada de palavras gastas, sem cor.
Nada de versos belos sem rota ou pontos,.
Nada de desertos de vozes e sonhos.

Com licença, vida bela, te destoneio em uma só palavra,
Verdade, verdade, verdade.
Com licença, vida mansa desmando-te em belas, fortes e tristes cores.
Ao pé da letra, do sol, do céu, formiga em flor, trabalho e ardor.

Foi época do romantismo, bucolismo e tintas felizes, calmas e harmônicas.
O campo e contra-campo voltam a desiludir o humano
O surreal, para um paradoxo nome , parece ser o verídico.
O caos, rubro,verde musgo e acizentado tomam as telas de grandes nomes, de grandes paisagens, tomam as telas da vida, do real. Porque o imaginário é certeiro, já o real...

*Algumas licenças póeticas.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Deguste.

Da angústia que toma o coração da gente, vem o sabor da dor, o petisco em fim.


Porque não há beleza sem lágrima de amor ou dor de sofrer, nem poesia sem coração apertado, sem o peito pequeno. Só assim a gente se liberta, só assim.

Somos serer humanos, ora porque não haverríamos de sentir o medo, tristeza, alegria ou rancor?
Não podemos ser egoístas  o suficiente para anularmos o sentimento da gente. Não somos humanos se não formos racionais, mas também não somos humanos se não colocarmos emoções em olhares, gestos, cores, andar, paladar e palavra.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Ligeiro, ligeiro.

Começo a pensar que o desprendimento é a melhor opção para o evitar do sofrer. As relações entre pessoas, cada dia que passa, ou estão mais afastadas ou eu me dei conta disso só agora. O famoso tempo e o contratempo fazem de nós eternos escravos do trabalho, muitas vezes limitam nosso pensar e nossa “ produção de sentidos”. O que acontece é que na hora em que estivermos estafados de trabalhar e de nos direcionar a uma coisa só, ns sentiremos sós. Na verdade, somos sós. Parece que o bicho homem, em pro da cria, da pura relação de interesses, criou a “relação satisfatória e momentânea”, que logo, logo termina e deixa aqueles que de alguma forma pensavam ter sensações e sentimentos que poderiam ser alimentados e eternizados

Hoje está fácil jogar um amigo, um amor, uma mãe ao vento. Disfarçamos nossa solidão com compras, trabalho ou rispidez e de uma forma hipócrita trocamos seres humanos como se estivéssemos em mercados, lojas. O que quero dizer, é que esquecemos do durável e o trocamos, o substituímos por sensações de momento, uma espécie de consumo espiritual. A humanidade de uma certa forma tornou-se efêmera, com sentimentos tão suppérfulos e repentinos, diria até, nômades.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

O contrário, o avesso, um simples paradoxo.

Ao passo que me entrego ao sonho, ao homem, à arte e ao desejo, exponho-me à vontade de ser livre, de subir a picos e às vezes, com receio digo isso, me sinto à vontade ao estar só, me sentio livre como o vento, como um movimento de dança ou como uma mão flamenca. Livre como palavras em poesias, como nuvens ao céu. Talvez o medo do apego, o medo da mudança e da perda seja maior que o medo da solidão.

Amanhã.

Amanhã é meu aniversário. Amanhã completo 21 primaveras, 21 outonos. Todos passados em perfeita saúde, perfeita família e em perfeitas amizades. O que não faltou foi amor pra preencher cada buraquinho do coração. Pode até parecer egocêntrico, mas escrevo este texto para mim. É uma espécie de balanço vital. Para ver se eu perdi ou ganhei vidas e o quão eu soube aproveitá-las. O que não faltou foi música boa como trilha, dança para alegrar, entristecer ou mostrar raiva, letra pra construir uma história que pode não tem importância alguma para outros, mas é a minha história. Passei meus aniversários e os comemorei em cada encontro com amigos, em cada momento que só e pensando sobre o mundo, estive sentada à janela; vendo episódios de os Normais sozinha, jantando com mãe e pai, lendo poema,romance ou tragédia, cantarolando sambas e canções de Dona Celina ( minha avó), esta a quem homenageio boa parte de minha vida. Então, não é uma festa ao ano que vai concentrar todo um sentimento que tem que ser vivido a cada momento.

sábado, 23 de abril de 2011

O véu que esconde muito mais.



Caía o véu da moça naturalizadaa européia, levantava-se a simbologia do homem crucificado.Do catolicismo , historicamente europeu.Seria um tipo ou um pouco de catequização moderna? Por quê um crucifixo pode estar em uma parede escolar e uma moça, que usa o véu ou burca não pode frequentar o ambiente estudantil? Leis, normas e regras preenchiam o buraco feito por repugnantes governantes disfarçados de democratas.

O problema não se limitava a uma religião ou a um culto, perpetuados por mulçumanos naturalizados franceses. Na verdade estes e francesas de culto islão , as quais muitas trabalham, estudam, levam a vida como bem quererm. Além de se consideraem livres, essas mulheres usam o véu e vestimantas mulçumanas por livre espontânea vontade. A essência do problema não está em usar burca, véu o coisa e tal, e sim na afronta que é para essas mulheres, mais prejudicadas por essas normas francesas, retirarem o símbolo de uma religião que é do berço de cada mulçumano. É como obrigar mulheres ocidentais a usar o véu.Não é o hábito de ambas, as de cultura ocidentail e oriental.

Existem mulheres, como da Turquia oriental, do norte da África e na França, que são obrigadas por famílias e maridos a seguir à risca normas e regras que distanciam esse mulherio da independência econômica , emocional ou doméstica. Muitas até suicidam-se, por serem obrigadas a seguir fanaticamente a religião. Como retratado na obra literária, Neve, de Ohan Pamuk. Há as que são religiosas e independentes. São tratadas de igual pra igual de uma forma em que os direitos do homem são os mesmos que os das mulheres, sem um culto ortodoxo, como passado por demais mídias, norte americanizadas e preconceituosas.Não há um só lado. Muitas mulheres de religião islâmica, defendem o uso do véu e a liberdade de escolha religiosa de cada francês.Que país laico é esse, em que religiões ou a proibição destas são impostas? Que democracia é essa em que a própria população não possui voz mesmo em manifestações ?

A discussão está refletida  em um problema de democracia. Marginalizaram os mulçumanos afrancesados e os culparam pela superlotação imigrante. É muito mais fácil acomodar-se a normas e votações de leis do que construir um programa para imigrantes que sequer têm acesso a serviços e regulamentações de documentos. Muitos são africanos, indianos que desejam sair de seus continentes para oferecer à suas famílias uma vida de melhor qualidade. A França, com a criação de projetos para imigrantes, poderia criar mais empregos, estimular a economia e aumentar a produção de empresas estatais. Sairiam ganhando os imigrantes e o país , governado por um homem que suja cada vez mais sua nação com corrupção.

O que se deve defender é o direito de qualquer pessoa a seguir a vida, uma religião, um culto como bem quer. No caso da França, isso está estampado na constituição, de um país que se diz laico. Sendo assim todos os símbolos de qualquer religião então, como igrejas, mesquitas, sinagogas, templos budistas e terrenos de umbanda, dentre outros espaços segregados para determinados cultos, terão de ser destruídos. A França ( governo) se acha revolucionária o suficiente para passar por cima de direitos civis? Essas regras vêm para mascarar problemas, como os de outros imigrantes ( além de mulçumanos) como o desemprego, que cresce cada vez mais e uma economia que está se desequilibrando potencialmente.

O país que Sarkozy diz governar está recheado de imigrantes ilegais que em sua maioria passam por dificuldades. Os do centro e sul africano são os mais prejudicados pela piora de serviços básicos . Proibições como, primeiramente o acesso de imigrantes ao país e agora o uso do véu e vestimentas por mulçumanas e mulçumanos,só desbancam a democracia francesa e mostram como a liberdade de cada um está longe de ser alcançada. Cada um deve se vestir e ter o culto que quiser.

Os mulçumanos afrancesados, criticados pelo governo francês, não fazem alusão a terrorismo algum, o que foi uma das justificativas de um presidente imperialista e xenófobo. Justamente.Se há uma moça com vestimentas mulçumanas estudando , há alguma ortodoxia,se ironicmanete famílias e maridos mais rígidos quanto ao islão não permitem que suas filhas e mulheres estudem? Não.Não há ortodoxia, há o culto de cada um que deve ser respeitado, seja ela qual for, cada uma com sua beleza, com seus problemas e suas qualidades.Que fique claro o meu repúdio quanto a qualquer tipo de fanatismo e violência religiosa dentro de famílias , sociedades e entre culturas.

Mouni Dadoun.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Quando me perguntam sobre uma paixão única, original e verdadeira, não respondo  pessoas, homens. idades ou estações. Respondo que minha paixão única, pelo menos até o momento pois é disso que vivemos, é a dança, seus compassos ritmos , até suas pausas. Digo que sou casada com a música , com a letra, com meus pés e suas poesias, com o movimento de mãos, olhos , corpo e cabeça.Com cada intensidade de movimento, reação à música.Digo que meu amor é incondicional e unicamente direcionado à dança.

à Nathália, uma das únicas que entende o que sinto .

Mouni Celina.

domingo, 27 de março de 2011

De maneira diferente, a história se repete.


O confronto na Líbia está recebendo intromissões de algumas nações como EUA, França e Canadá, que explicam essas “ invasões”com justificativas humanitárias. Todos, inclusive estes países, sabem que o interior disso tudo, o verdadeiro motivo dessas intromissões, está ligado ao poder econômico. O medo destas nações em relação às conseqüências deste conflito, digo em relação à economia, ao petróleo e ao que vai acontecer com ele, faz com que a Líbia e outros possíveis países sejam palcos de ações invasoras. Obama diz ser diferente de Bush, diz não querer invadir países árabes nem causar conflitos entre eles.Diz também que não quer cometer os mesmos erros do ex-presidente norte americano. Mas será que essas intromissões na Líbia, país pouco apoiado por regimes árabes, pouco conhecido pelo ocidente e com um dos maiores índices de desenvolvimento humano nada têm a ver com a ambição pelo petróleo?

Parece que a situação, como cenário iraquiano se repete. Mas agora, o alvo, o país é correto para invasões, o que contraria a opção tomada por Bush, o Iraque. O mais intrigante é que a população da Líbia não se rebela por questões econômicas, já que o país é bem resolvido quanto a isso. Os EUA e outras nações poderão ou não ter dificuldades caso realmente consiga tomar a Líbia, já que há facções e grupos rebeldes, além do país ser estruturado e ter condições para renunciar à dominação norte-americana, o que não aconteceu no Iraque. Não digo aqui de forma alguma que sou a favor de Kadafi, mas sim de um governo democrático, mesmo parecendo utópico ter um governo deste caráter em um país religioso e ortodoxo. Os governantes deste "futuro governo"deveriam ou devem ser da própria nação, Líbia. Espero que não sejam ditadores ocidentais nem orientais, se é que me entendem.

Mouni Dadoun.

Repensar.



 O momento que estamos vivendo está dividido entre questões dignas de análise. O terrível e desastroso acidente ocorrido no Japão e suas conseqüências como mortes, doenças e perdas (humanas e materiais) são fatos chocantes e que a maioria de nós, nunca imaginou acontecer. O terremoto deixou de ser o foco do acidente e a conseqüência deste e do tsunami e o vazamento radioativo devido ao aquecimento e explosão dos reatores da usina nuclear de Fukushima, passaram a ser mais focados, já que deixaram parte do Japão destruída e alimentos pessoas e água contamninados pela radiação

Infelizmente esta contaminação não pôde nem pode ser protegida com vacinas, remédios, como em países afetados por guerras ou terremotos. No caso do Japão o que fazer é tentar controlar o vazamento de radiação, que parece mais difícil devido às rachaduras dos reservatórios de água para resfriamentos (as rachaduras provêm do terremoto). A preocupação de outros países e do próprio governo japonês está voltada para o lado econômico da situação. Claro que este setor é de muita importância, mas as famílias, pessoas mortas pelo terremoto e contaminação por radiação ( e as que ainda estão sendo contaminadas) merecem respeito, reflexão. Existe muita possibilidade da maioria destas pessoas, afetadas pela contaminação de radiação, desenvolver tipos de cânceres, ficarem extremamente afetadas, desenvolvendo problemas sérios no corpo humano.

É necessário que haja uma reflexão do governo japonês quanto à continuidade de investimentos em energia nuclear, suas conseqüências e os cuidados que devem ser tomados para problemas como estes não acontecerem. Especialistas problematizaram a o projeto da usina, sua estrutura e resistência à estes acidentes, ou seja, talvez esta tragédia, não o tsunami nem o terremoto, mas a explosão dos reatores da usina nuclear e o vazamento de radiação que assola parte do Japão, poderiam ter sido evitados.

É uma situação diferente. o Japão tem condições de reestruturar o país, sua economia e infra-estrutura, mas os efeitos da radiação sobre lençóis freáticos e alimentos, os efeitos da radioatividade sobre crianças, sempre mais susceptíveis à estas conseqüências de tragédias, sobre a população em si, são duráveis e estarão em continuidade durante anos, já que se trata de radiação. Infelizmente não há tratamento dos efeitos que a radiação pode fazer no corpo humano, na vegetação, na natureza e no ambiente em si.


Mouni Celina.









segunda-feira, 14 de março de 2011

Sempre que há algo de errado, que aflige meu peito, minha alma e que me impede de sentir alegria, natural de meu ser, subo a janela do meu quarto, no pára-peito. Penso que àquele é o lugar mais alto e mais isolado  do mundo. Penso que aquele canto está protegido de gente, de pessoas, de passos intrometidos.Quando sento-me ,imagino estar próximo a montanhas, únicas testemunhas de eternos e enormes pensamentos sobre uniões, paixões, brigas, temores e dúvidas.

 Pode até parecer bobo.Sento-me ali algumas vezes por conta de meu pai. Mal sabe ele que foi ele quem me ensinou a ficar na janela, a olhar vento à fora, à procura de respostas, de monólogos ou à procura de paz mesmo.Quando se aborrecia, o homem sentava-se lá também e por horas passava, até se acalmar.Como ele, sou amante do vento, do céu. Céu pra mim, é sentido de liberdade, de imensidão. É aquele que abriga o calor, a luz.Tudo o que um ser humano precisa.



terça-feira, 8 de março de 2011

Minha existência dignifica-se no instante, no compasso, na letra e na dança. Sou completa com notas musicais soltas, passos de dança, de cisne, de dor. Meus olhos são totalmente preenchidos quando vejo a junção de letra, papel, de dança, de música e corpo em movimento.Tudo pelo sentimento. Dance, ponha no ar e no chão a mesma expressão que podemos colocar no papel, na música, no palco.




domingo, 27 de fevereiro de 2011

De uma hora pra outra me dá vontade de abrir um livro mágico de poemas. Queria que cada verso de luz e de cor se transformasse em realidade. Bobagem, a minha. Eles são reais em um mundo muito melhor que o nosso, muito mais justo, muito mais humano. Ou talvez não. Talvez a beleza da magia possa estar, muitas vezes, em não ser humano.
O  fato é que me confundo entre desalinhos e caminhos. Não das minhas vontades muito menos de minhas dores, afagos. Tenho tanto a fazer por mim, por outros, por muitos e às vezes penso que estou fora daquilo que é real e do que deveria dar uma real importância, de acordo com regras sociais, familiares, de amigos. Imagino também que muitas vezes estou em um universo à parte e que mesmo estando à parte, eu não o governo. Não me governo. É uma espécie de anarquia que me corrói e que mesmo sendo anarquia, contraditoriamente, não consigo fazer o que quero. Seja por conta de outros ou por conta de minha insegurança.

Mouni Dadoun.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Tetos e cores.

O terror que se alastra por sagrados e “protegidos” lugares e
por mulheres cobertas está cada vez mais estancado e enraizado na cultura de homens orientais de origem persa, egípcia, e de parecidas linhagens.O cinza e o marrom, fechadas cores praticamente predominam sobre  praças, palácios e casas com tecidos que são tingidos nos “ telhados” dão algum tom às construções do norte africano.

Bombas somam atentados que atingem crianças de olhos grandes e expressivos , sofridos.Comandos de grandes homens cobertos destroem ,a cada dia que passa, vidas, terras, esperança e famílias.Mulheres grávidas com seus direitos humanos perdidos, sofrem sobre o calor de seus grandes e grossos panos que simbolizam sua religião ou talvez, sua sofreguidão.

Famílias palestinas que vivem com o mínimo ou nada são obrigadas a obedecer grupos terroristas de extermínio para garantirem a sobrevivência. Até quando os direitos humanos serão ignorados e descartados? A renda que é distribuída para produção de armas e para as mãos de poucos continuará a ser invisível para a maioria? O pior questionamento é até quando a religião e o fanatismo vão ser usados como justificativa para atos políticos corruptos, ditatoriais e autoritários? .


Mouni Dadoun.

sábado, 29 de janeiro de 2011

O flamenco é a dança da alma, do sentimento, da dor, da ternura.
O flamenco não surgiu, não apareceu. Ela nasceu no coração e no compasso de cada gitano,de cada bailarino, de cada apaixonado por essa cultura que transmite sentimentos, expressões. Essas variam da alegria ao sofrimento mórbido, às vezes frio, insólito,amargo para não haver tanta dor e haver superioridade. Cada passo , toque, jaleo, grito, compasso simboliza uma perda, uma felicidade,um ardor que só quem dança, só quem canta , participa dessa cena e sente, sabe como é.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A poesia é aquela que por fora de seu histórico, não apenas marca o artista, seu talento e sua estética ( ou a preocupação do autor com esta ). A poesia é o texto fragmentado, uma possível transformação da prosa. Uma passagem ainda mais bela, que seja a exposição do fantástico, do real, do social, do sonho ou da miséria. Com a poesia tudo fica mais tragável , reflexivo. Não digo belo, mas prazeroso. Um novo "contar",uma opção de transmitir.

Mouni Dadoun.