.

.
.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Pies.



E esse fardo de emoções que não se cansa de massacrar a mina própria razão?Não há como mais opinar, criticar imparcialmente.Sentimentos. Todos depositados em passos de danças e expressões sanguinárias de uma “Farruca” de Paco de Lúcia ou interpretada por Antônio Gades.Flamenco é mistura de ciganos , árabes,judeus e teve influência de outros povos .É a mescla de culturas, raças e crenças.Com olhos fortes, os que carregam o broto flamenco de Andaluzia no coração sabe do que falo. A paixão flamenca e cigana não precisa correr no sangue. Apenas no coração.

Cada passo, compasso, cada toque no cajón e cada acorde lembram o ardor a dor e o amor, sentidos ao dançar. O sofrimento das mulheres de Toledo e alegria de Sevilla.
Não há leveza não... São pesadas as danças , os palos secos.Por mais que as sevillanas e guajiras sejam alegres ,são de origem flamenca e são enérgicas por si só. Carregam em si a mesma força que os ciganos trazem em seus olhos nômades. Os tablados, guitarras espanholas e figurinos que unidos tornam dos bailarinos, um grande mistério. Misturas de flamenco com tango , dança do ventre e outras... Loucas danças que enriquecem ainda mais o ato de libertar-se.

Libertar-se como as mulheres que começaram a dançar a Farruca, antigamente apenas dançanda por homens. Revirar as mágoas dos que bailavam para suprir alguma perda, sofrimento.Ou comemorar, festejar bailar apenas por bailar. Colocar toda a força da raiva, da felicidade e da angústia em movimentos, sapateados fortes, golpes, “puntas” e movimentos de mãos. Ao término da coreografia, saber que o dever foi cumprido.Para o público e para si mesmo.O dever com a dança, com o flamenco.

Mouni Dadoun.

Nenhum comentário:

Postar um comentário