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terça-feira, 5 de outubro de 2010

Rodeia-nos com minutos, segundos.O tempo nos engana e se mostra em rugas, cores desbotadas, rastros, idéias enterradas.Aquela carreira que ficou para trás, ou o filho que não veio.Mudanças que nem tardiam foram, pois não aconteceram.Ele é eterno, brilha com o sol e nós somos ingênuos cobais de seus planos.Escravizados, lutamos contra ele, com cremes, sonhos, justificativas e irracionalidade. Desde antigas civilizações ele tenta ser organizado , mas nunca poderá ser diminuído , erradicado, parado.Por mais doloroso que seja, ele é necessário, natural e passa. Passa em cabelos, jornais, ponteiros , filhos e gerações, em um cigarro. Ele aparece no novo que fica velho, no carro trocado, no olhar para trás, na presença familiar, no olhar materno acreditando que poderá ver as crianças crescerem.

Passa no olhar do mais sábio, do mais velho.Tenta-se fugir, eternizá-lo em fotos, documentos, livros,música, poesia, danças de antepassados.O que conseguimos, e quando conseguimos , é guardar um pouquinho da essência do que queremos representar.Não sabemos lidar com o dito tempo; temos medo, receio já que tentamos viver um futuro ou reviver um passado , sendo que deveríamos estar em nosso lugar, no presente , no momento.

Mouni Dadoun.

Um comentário:

  1. É mesmo difícil viver no presente, estamos sempre com saudade do que já passou ou arrependidos por um erro (ou erros) que cometemos. Ou, ainda, esperando que o futuro seja melhor, sem mover uma palha para que isso aconteça.

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