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terça-feira, 3 de agosto de 2010

Ontem vi o absurdo bater na porta da cidade.
Vi o chão derretido em sujeira,engolindo árvores,
cuspindo gases e soltando marginais.
Vi a cidade acesa em lamúrias, chamas e lágrimas.

Vi a morte sendo estuprada, e a mãe de braços vazios.
Vi homens com seus podres, e luxuosos cidadãos com seus vícios.
Ontem vi crianças magras caminhando sobre um meio fio podre,
Comendo o invisível com seus grandes olhos, sofrendo em silêncio.

Ontem vi assassinatos cometidos por governantes,
por fome, miséria e doença.Vi a cólera sobre o mundo.
Vi Rimbaud, ainda presente, profetizando e se lamentando por estar certo.
Ontem vi brigas de bichos-homens por restos de comida em lixeiras e sarjetas.

Ontem vi seres afogados no petróleo e o mundo caído nesse futuro prestígio.
Por consequência, vi mortes, que nada tinham a ver com a pretenção e ambição dos grandes.
Vi lágrimas caídas em corpos guerreados, vi o mar mais negro do que nunca .
Vi tudo claramente em telas,mares, olhos, ruas e restos.

Mouni Dadoun.

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