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domingo, 29 de agosto de 2010


Sabe, vesti meu terninho de linho, saí por aí com rosas nos olhos, forças nas mãos e esperanças mundanas. Já tive sonhos imundos, puros e macios como nuvens, doces como pólen. Estranhei-me com diversas amarguras em meu coração, não sendo do meu feitio sentir tal, aí então pensei que as pessoas não mereciam crédito, não mereciam ser ouvidas, reconhecidas por utópicos, poetas loucos, sábios. Em mudanças repentinas, minha opinião discorre sobre os mais pesados governos, idéias, e o brilho de esperança agonizante nos olhos engrandecidos de crianças perdidas em pobreza, lamúria, magreza e fome. E há aqueles que ainda, em pura ignorância, reclamam de pesos, medidas, costuras, comidas, do dia-a-dia.Sendo que ainda , há o ébrio, o febril e o assombrado.

Cada vez mais, estamos acostumados com nossos podres e preguiçosos costumes que acompanham o nosso cotidiano, nosso olhar. Isso é o que nos torna mais hipócritas e torna vergonhosa nossa opinião sobre sistemas sociais, populações e outros hábitos, nos torna mais preconceituosos, mais do que já somos. Estamos mais presos do que nunca em nossas convicções e esquecendo de relações humanas, de prazeres, de leituras de outros seres, de diferentes seres.

Mouni Dadoun.
*Quadro dadaísta: François Picabia

Um comentário:

  1. Você não muda, é uma pena, pois escreve tão bem, de maneira tão expositiva que eu ainda leio, mesmo sabendo o final. De novo e de novo. Mais uma vez, vermelho.

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